sábado, 12 de julho de 2014

Brasil

é o anúncio de que esses tempos passados são outros tempos. Estamos em outro momento sem saber o que temos de possibilidades nas mãos. Eu estava no boteco, vendo um simples jogo de futebol nos arrasar. Vi os velhos, veteranos de guerra sem nem saber mais como se lamentar. Aquilo já não pertencia mais a realidade deles. Eu, apesar de sofrer também e achar inacreditável, sabia que aquilo era só mais um elemento dos novos tempos. Era a modernidade gritando para ser vista. Assim como os gays e os relacionamentos poligâmicos. Assim como os smartphones e a música eletrônica. Não dá mais para reciclar o passado, já fizemos isso muitas vezes. Precisamos de roupas para os nosso tempo, sapatos, meios de locomoção, produtos de beleza, a queda do modelo ideal de beleza, precisamos de um novo modelo de educação. Eu já vejo o tempo todo, e sei que há muito tempo aparecem em todos os cantos manifestações dessa Era. Discussões sobre o erro do passado. Ideias novas. Mas ainda está só pipocando, estamos há muito tempo nesse estado. Talvez seja necessário explodir de vez. Botar tudo abaixo. Porque, independente do respeito que sinto pelos veteranos, eles precisam sentar e assistir a chegada dessa revolução. O time de futebol do Brasil, perdeu vergonhosamente para o time da Alemanha. Sete gols. Ajoelhem-se, chorem, e admitam. É o fim. Agora é o começo.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

mexericax praieirax


dona (leia ouvindo a música do post abaixo)

Ana Maria adora ser dona de casa. Ainda mais porque pode sair de camisola larga florida pelas ruas de sua cidade. Cabelos despenteados, arrepiados, enrolados em bobes velhos e azuis sem graça. Ela sai sorridente com aqueles olhos esbugalhados e cansados, olheiras do cansaço do marido mal amado. Ana Maria dança e balança fazendo ondas na camisola, sem medo de mostrar as coxas moles, suas celulites e estrias. Sente orgulho de nunca ter praticado exercícios. Ela não precisa, pois sai dançando, levando frutas e carnes, carregando pesos descomunais junto com seu mal estar astral. Passa a vassoura em tudo, Ana Maria. Ela se orgulha de ser uma radical. Ela dança sua liberdade, sua felicidade de ter rugas na cara. Muita sabedoria Ana Maria tem. Pariu três filhos. Só um ser superior poderia criar três máquinas perfeitas gordas, rosadas e saudáveis como ela fez. Eu, particularmente, lhe daria um prêmio. Porque, uma mulher assim, merece ser reconhecida pelos seus esforços. E se seus filhos não forem gratos e o marido não a respeitar, juro que tenho ganas de matar!

escuta essa lendo a do próximo post

https://soundcloud.com/monobloq/monobloq-dirty-little-hippie
ME XERICA, MEXERIQUEIRA!

O suco que escorre pelo canto da boca

A menina. A mexerica. Todas a postos. Mesa e ela coluna reta. Dedão no umbigo dela. Ploft!
Rasgar fibras, arrancar bagaços, espirrar sumos. Os sumos voaram pelos ares, respira, cheira, abre o apetite, mão oleosa.
Descola os gomos, avança. Primeira pele a se rasgar, chupa, suga, não deixa pingar.
Mas em um deles, desses gomos engolidos, bebidos, mastigados, um e outro, uma gota a escapar.
Escorre pelo canto da boca no curto espaço de tempo até que ela perceba e com manga de camisa passa de lado até secar. Aquela gota de suco escorreu. Foi pouco mas conseguiu melar, o cantinho da boca, os pelinhos do buço, a pontinha da blusa, absorvida pelo algodão.
Aonde vai parar? Em qual dia da semana ela lava as roupas? Até quando vai durar. Aquela camisa pode ainda passear no parque com os amigos e todos eles abraçar. Eles poderão sentir o aroma sutil. A mexerica escondida a escutar os segredos e trazer boas sensações passageiras.
A mexerica perpetua até ser anulada pelo sabão em pó com agentes especiais e aromas novos de fragrâncias artificiais do campo.