segunda-feira, 15 de setembro de 2014

desdenho o que aqui vou escrever. azul, esfumaçado na parte superior, assim começou meu dia. os traços tortuosos marrom escuro, iam se espalhando conforme eu caminhava em meus afazeres banais. esses traços, bem preenchidos e levemente mais finos nas extremidades se destacavam do fundo. era sutil o ponto amarelo infantil, mas pelo menos me trazia um pouco de esperança em momentos inusitados. enquanto eu me servia de salada no restaurante, ao descobrir uma nova fonte de escrita no computador, em meio à textura cansativa e roxo escuro do trabalho no escritório. então você, ele, ela chegou e colocou aquela música que eu nunca tinha escutado, e reparei nos rabisquinhos rosa frenéticos que apareciam aqui e ali e tinham vontade de crescer e ser uma pincelada muito bem servida de tinta. verde, verde, verde, toda noite que chega, verde escuro de saudades, verde claro quando há um alguém que faz esquecer qualquer forma ou traço e te faz apenas refletir luz.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Começou bebendo água. Por pura sede, e nada mais.
Passou a beber alcoólicos para se embriagar
Depois os estava bebendo para apreciar o sabor
Não entendi
de uma hora para outra, sempre que bebia, queria vomitar.
Vomitou mágoas
paixões
pais
país, nação
vomitou
não restava mais nada para vomitar.

Emagreceu, ficou fraca. Precisava se alimentar.
Mas não quer qualquer alimento, quer a coisa certa. Apenas o que precisa de verdade.
E depois, digerir, e depois?
Criar.

sábado, 12 de julho de 2014

Brasil

é o anúncio de que esses tempos passados são outros tempos. Estamos em outro momento sem saber o que temos de possibilidades nas mãos. Eu estava no boteco, vendo um simples jogo de futebol nos arrasar. Vi os velhos, veteranos de guerra sem nem saber mais como se lamentar. Aquilo já não pertencia mais a realidade deles. Eu, apesar de sofrer também e achar inacreditável, sabia que aquilo era só mais um elemento dos novos tempos. Era a modernidade gritando para ser vista. Assim como os gays e os relacionamentos poligâmicos. Assim como os smartphones e a música eletrônica. Não dá mais para reciclar o passado, já fizemos isso muitas vezes. Precisamos de roupas para os nosso tempo, sapatos, meios de locomoção, produtos de beleza, a queda do modelo ideal de beleza, precisamos de um novo modelo de educação. Eu já vejo o tempo todo, e sei que há muito tempo aparecem em todos os cantos manifestações dessa Era. Discussões sobre o erro do passado. Ideias novas. Mas ainda está só pipocando, estamos há muito tempo nesse estado. Talvez seja necessário explodir de vez. Botar tudo abaixo. Porque, independente do respeito que sinto pelos veteranos, eles precisam sentar e assistir a chegada dessa revolução. O time de futebol do Brasil, perdeu vergonhosamente para o time da Alemanha. Sete gols. Ajoelhem-se, chorem, e admitam. É o fim. Agora é o começo.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

mexericax praieirax


dona (leia ouvindo a música do post abaixo)

Ana Maria adora ser dona de casa. Ainda mais porque pode sair de camisola larga florida pelas ruas de sua cidade. Cabelos despenteados, arrepiados, enrolados em bobes velhos e azuis sem graça. Ela sai sorridente com aqueles olhos esbugalhados e cansados, olheiras do cansaço do marido mal amado. Ana Maria dança e balança fazendo ondas na camisola, sem medo de mostrar as coxas moles, suas celulites e estrias. Sente orgulho de nunca ter praticado exercícios. Ela não precisa, pois sai dançando, levando frutas e carnes, carregando pesos descomunais junto com seu mal estar astral. Passa a vassoura em tudo, Ana Maria. Ela se orgulha de ser uma radical. Ela dança sua liberdade, sua felicidade de ter rugas na cara. Muita sabedoria Ana Maria tem. Pariu três filhos. Só um ser superior poderia criar três máquinas perfeitas gordas, rosadas e saudáveis como ela fez. Eu, particularmente, lhe daria um prêmio. Porque, uma mulher assim, merece ser reconhecida pelos seus esforços. E se seus filhos não forem gratos e o marido não a respeitar, juro que tenho ganas de matar!

escuta essa lendo a do próximo post

https://soundcloud.com/monobloq/monobloq-dirty-little-hippie
ME XERICA, MEXERIQUEIRA!